sexta-feira, 27 de maio de 2011

O que uma garota inocente pode fazer?

- Fogo, fogo, corre, corre.
- O que foi Marisa? Você está vermelha.
- A cozinha está pegando fogo professora, eu vi a fumaça saindo pela janela.
- Corra então, acione o alarme de incêndio. Rápido, Marisa!
- Sim, estou indo. Corra pessoal, a cozinha está pegando fogo. Rápido.
Os corredores estavam em desespero, por conta das crianças berrando, chorando e gritando, tentando sair da escola, antes que o suposto fogo se espalhasse. E a aluna Marisa, que estuda no oitavo ano à tarde, gritava para quem quisesse ouvir que todos iriam morrer.
- Ah, será que dá tempo de nós fazermos algumas comprinhas agora à tarde, Pâmela? – falou Raimunda.
- Claro que sim!
- O colégio pegando fogo e vocês pensando em compras, meninas?
- Fique calma, Marisa, sua histérica.
- Nossa! Como cansa correr...
- Marisa meu amor, corra, rápido querida, não fique aí.
- Mas eu estou correndo professora, é a senhora que está parada.
- Não! Você está presa na fechadura da porta e pensa estar correndo. Venha, deixe que eu a solto.
- Ah! Obrigada, professora.
- Calma, calma pessoal! - a diretora gritava para os alunos.
- Foi aqui que acionaram o alarme de incêndio? – pediu um dos bombeiros.
- Foi sim, bombeiro.
- Quem viu o fogo se espalhar?
- Eu aqui! – a garota aparecia com a mão erguida no meio da multidão.
- Aonde foi o começo do fogo, querida?
- Na cozinha, eu vi a fumaça saindo pela janela de trás.
- Você está bem?
- Não, estou com um corte na perna, por conta do “vuco-vuco”, acho que irá precisar de ponto.
- Deixe-me ver...
- Ai, está doendo!
- Não foi nada, foi só um arranhãozinho de meio centímetro.
- Vamos pessoal, está na hora de apagar o fogo.
Enquanto isso, crianças ligavam para seus pais contando o que havia acontecido. “Pai, pegou fogo aqui na escola, está tudo queimado, acredito ter gente morta lá dentro, muita gente está ferida. A Marisa machucou a perna e eu acho que vão amputar, está um horror aqui pai”. João dizia para seu pai, que na mesma, hora ligou para todos seus amigos contando-lhes o que havia acontecido.
- O bombeiro está vindo professora.
- Ah...
- O que foi? Tem muitos estragos? Queimou muita coisa?
- Na verdade, o que a garota viu foi a cozinheira abrindo a panela de pressão e a fumaça saindo pela janela dos fundos! Não há fogo algum, minha senhora.
- Marisa, tem alguma coisa a dizer?
- Ah, eu, eu...
- Ah! Meu Deus, ela desmaiou. Rápido, levem ela daqui.
- Ufa, essa passou perto...

Marisa Alves de Almeida
7ªD

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